quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Rotary será parceiro no programa Alfabetiza Rio Grande

Rotary será parceiro no programa Alfabetiza Rio Grande





O compromisso assumido pelo governador Germano Rigotto de combater o analfabetismo no Estado - que, embora tenha o menor índice nacional, ainda inibe a vida civil de 6% da população gaúcha - ganhou o apoio dos clubes de Rotary do Rio Grande do Sul. Cinco distritos rotarianos assinaram hoje (19), no Palácio Piratini, protocolo de intenções para ações conjuntas no âmbito do projeto Alfabetiza Rio Grande. Rigotto afirmou que a experiência do Rotary, como a maior organização não-governamental do mundo e única com assento na ONU, demonstra a disposição e convicção com que este desafio deverá ser cumprido.
Queremos ser o primeiro estado brasileiro a erradicar o analfabetismo, com a participação do Rotary. Ele tem sede em 250 municípios gaúchos e uma ação ainda mais abrangente em tantos outros. Através de seus 10 mil integrantes deverá ser muito importante no processo que exige dedicação extrema, pois atinge uma população adulta, a maioria estabelecida na zona rural, disse o governador. Cidadania O secretário da Educação, José Fortunati, explicou que o Rotary será uma parceria importante desde o auxílio na compra de merenda escolar, material didático e, principalmente, na aquisição de óculos e aparelhos auditivos para os futuros alunos, a maioria deles adultos. Queremos dar condições a todos os gaúchos que ainda não foram alfabetizados e, para isso, esta parceria é importante, disse o secretário, lembrando que o projeto está atualmente em 176 municípios com a previsão de crescimento significativo, como resultado do trabalho conjunto entre as cidades e 42 entidades assistenciais Agora chegamos a este acordo com esta que é a única ONG com assento na ONU, um detalhe que poucos sabem, mas que evidencia sua experiência e qualificação. Certamente, será fundamental para chegarmos ao fim deste governo com meio milhão de gaúchos alfabetizados, destacou.

O governador do distrito 4680 do Rotary, Henrique Walner Alves Feijó, falou em nome dos cinco distritos e disse que estava ali para transmitir o orgulho de ser convocado a integrar um projeto de tamanho porte e grandeza social. É um verdadeiro mutirão de cidadania e esta é a nossa missão. O Rotary Internacional nos desafia neste ano ao cumprimento de quatro grandes metas: combate à fome e à pobreza, ao analfabetismo, melhoria da saúde pública e um maior envolvimento das famílias no clube, afirmou, lembrando que ao integrar-se ao Alfabetiza Rio Grande, poderá atingir a meta com eficiência. Os efeitos da alfabetização resultarão no resgate da dignidade e da cidadania dos irmãos que hoje representam 6% de gaúchos, acrescentou. Além do governador, assinaram também o convênio o secretário José Fortunatti e os governadores dos seguintes distritos rotarianos: Henrique Walner Alves Feijó, do 4680; Eloir Tavares Borges, do 4660; José Gomes Lisboa, do 4670; Carlos Itiberê Braga, do 4700; José Pedro Antunes Bellagamba, do 4780; e o coordenador de Ações de Parceria pelo Rotary, Tirone Lemos Michelin. Também participaram da solenidade, presidentes de clubes rotarianos, alunos da Escola do Pão dos Pobres, ligados às atividades do clube de serviço, e representantes dos Interact, clubes de jovens rotarianos.


sábado, 21 de setembro de 2013

segunda-feira, 18 de março de 2013

Crédito abundante não chega às agroindústrias por falta de qualificação



Crédito abundante não chega às agroindústrias por falta de qualificação


O Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional promoveu na quarta-feira (07), no Espaço da Convergência, audiência pública para tratar da agroindústria familiar. Durante a audiência, o superintendente federal da Agricultura no RS, Francisco Signor, informou que a disponibilidade de crédito para a agroindústria é grande, porém, os produtores não conseguem acesso às verbas devido ao não cumprimento de requisitos de qualificação, principalmente no que se refere a higiene e sanidade. Para ele, esse é o principal empecilho para a efetiva implantação do Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf) e do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa).
Signor também afirmou que, nos próximos dez anos, o aumento nas exportações de carne de frango será maior do que toda a exportação atual de carne bovina. Este seria o setor em maior crescimento na agroindústria. Ele destacou que a carne é o principal produto agroindustrial do Estado, representando entre 14% e 19% das unidades em funcionamento.
O superintendente afirmou que, além da qualificação das agroindústrias, o Estado tem várias necessidades, entre elas a ampliação da produção na época de inverno, o fim do pousio, a diversificação das áreas de arroz e a questão da plantação indiscriminada de hortifrutigranjeiros.
Importância da agricultura familiar
A vice-coordenadora do Grupo Executivo de Acompanhamento de Debates (Gead) Cadeias Produtivas e APLs, Márcia Farias da Silva, destacou a grande participação da agricultura familiar na produção de alimentos. No caso da mandioca, por exemplo, o índice de propriedades familiares é de 87%. Ela informou que o rendimento mensal rural na Região Sul é de R$ 720 para a população economicamente ativa, conforme dados de 2009. Também lembrou a participação desse tipo de agricultura no fornecimento de matéria-prima para o biodiesel, que em 2010 foi de 26,2%. Márcia enfatizou algumas questões em torno do assunto, como a situação do minifúndio, o novo código florestal e a inserção das propriedades com fumo no bioma Pampa.
Criação da RS Parcerias
O professor e economista Tirone Michelin, que coordenou a audiência, afirmou que o Estado já teve um PIB igual ao do Chile, mas hoje tem apenas o equivalente a 30%. “Será que isso é incompetência da nossa geração?”, questionou. “Aqueles que fizeram o Estado estão morrendo, e será que os filhos não estão dando conta?”, disse. A seguir, Michelin voltou a falar sobre a proposta de criação da empresa RS Parcerias, que contaria com um capital formado por 10% do total de créditos a receber, equivalente hoje a R$ 4 bilhões. Segundo ele, esse tipo de recurso geralmente fica num “limbo contábil” e acaba não sendo utilizado. “Esse dinheiro pode servir para encostar num empreendimento viável e atuar como garantia”, afirmou. A empresa seria uma holding destinada a fazer parcerias com o setor produtivo. Michelin frisou que uma empresa nesses moldes existe em Santa Catarina e atua com sucesso. A ideia é de que a estatal fosse uma espécie de braço empreendedor do poder público.
Fumo
O gerente de Assuntos Corporativos da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marco Antônio Dornelles, informou que existem mais de 80 mil famílias gaúchas trabalhando na fumicultura e que uma das diretrizes da entidade é incentivar os agricultores a produzir para a subsistência e diversificar a produção. Uma das alternativas que está surgindo é o tabaco energético, que serve para a produção de biodiesel, óleo e ração. Segundo Dornelles, 43,7% dos empreendimentos relacionados à produção de fumo não estão legalizados, e a entidade trabalha para mudar essa situação. Quanto à produção, ele explicou que o principal gargalo é a mão-de-obra.
Excesso de exigências
O engenheiro Jeferson Ferreira, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (Crea-RS), afirmou que são muito grandes as dificuldades impostas pelas normativas a serem cumpridas para a expedição das licenças de funcionamento. Como exemplo, citou a indústria do mel em Encruzilhada, que levou cinco anos para se consolidar. Ele sugeriu que haja uma diferenciação entre as exigências para as empresas de pequeno porte e as de grande porte.
Presenças
Também estiveram presentes à audiência pública no Espaço da Convergência a representante da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Joice Timm; o representante da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento AGDI), Sérgio Kapron; a representante do reitor da Unisc, Mariza Christoff; o representante do Fórum Fome Zero, Reinaldo Santos; o representante da Emater, Henrique Dallmann, entre outros.